As Fake News na saúde - Os perigos da desinformação e da automedicação


Por: Aika Ramos, Ana Beatriz, Júlia Almeida e Victor Consoli
Segundo definição do Oxford Dictionary, dicionário publicado pela Oxford University Press, considerado um dos mais conceituados do mundo, fake news é a informação falsa que é transmitida ou publicada como notícia, motivada por razões políticas ou para fins fraudulentos. O termo surgiu em 2016, com as eleições presidenciais americanas, mas ganhou força real em 2020, com a pandemia da Covid-19. A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2. O vírus surgiu na China e, em menos de 4 meses, se espalhou mundialmente.

A disseminação das Fake News na área da saúde não é um tema recente a ser observado; entretanto, ele se tornou um dos principais assuntos nos veículos de mídia após a Pandemia do Coronavírus em 2020. O medicamento “cloroquina”, usado em tratamentos de doenças como a Malária, foi propagado como tratamento de COVID em diversos discursos do ex-presidente Jair Bolsonaro durante seu mandato. O fato é que profissionais da saúde e agentes biomédicos afirmaram que a prescrição não tem efeito sobre o vírus, porém, a recorrência de compra e recompra durante a pandemia foi mantida, pela veiculação de notícias falsas em redes sociais como o Facebook e grupos de conversas pessoais, como os de WhatsApp. O aumento significativo de fake news relacionadas à saúde, incluindo a divulgação de curas falsas, teorias conspiratórias sobre a origem do vírus e a desinformação sobre a eficácia das vacinas eram temas de mutirões de grupos estrategistas em compartilhar notícias falsas. Infelizmente, muitas pessoas acreditam e tomam decisões perigosas em relação à sua própria saúde e à de seus familiares.

A farmacêutica Julia Amaral, relatou que durante o período foi notável a mudança de comportamento das pessoas em relação a compra de medicamentos. “A automedicação subiu muito, as pessoas nem sabem qual a finalidade de tal medicamento e já correm para comprar, pois, viram na TV ou na Internet, e infelizmente hoje em dia isso ainda continua.” A imprudência na hora de tomar medicamentos podem trazer muitas consequências, como discute a estudante do 5° semestre de enfermagem, Bianca Nunes. “É preciso não confiar em tudo que é compartilhado nas redes sociais e sempre estar atento às Fake News, pois, pode ser prejudicial à sua saúde e a de outra pessoa. Ao compartilhar uma notícia falsa sobre o uso de um determinado medicamento, o paciente não conhece a dose certa, quais os compostos estão envolvidos, as interações medicamentos e seus efeitos, gerando um grande risco para a sua saúde.”

Para evitar as fake news, é necessário ter atenção em alguns detalhes que fazem toda a diferença na hora de tomar um medicamento. Bianca ainda traz algumas dicas de o que se atentar para saber se uma notícia sobre saúde é verdadeira ou não.

“1° Dica: Buscar informações em redes de pesquisas confiáveis.

2° Dica: Sempre consultar se a informação compartilhada é verdadeira ou não.

3° Dica: Não compartilhar notícias sem verificar fonte ou referência

4° Dica: Verificar as datas de publicação da informação"

Diante dos acontecimentos ocorridos e o aumento da propagação de notícias falsas, é de imprescindível importância que as pessoas verifiquem sempre as fontes das informações que estão recebendo e se certifiquem de que elas são confiáveis e baseadas em evidências científicas. Além disso, é fundamental que os profissionais da saúde atuem na disseminação de informações corretas e comprovadas cientificamente, de forma a combater este problema que ocasiona danos graves na área da saúde e da comunicação. As plataformas de mídia social também podem desempenhar um papel importante no combate às fake news, implementando políticas de verificação de fatos e removendo informações falsas de suas plataformas. A educação do público em geral também é fundamental para aumentar a conscientização sobre os riscos e a importância de se buscar informações confiáveis e baseadas em evidências científicas.