O que leva o ser humano acreditar em Fake News

Por Aline Monte Sião

O mau uso da internet causa impactos negativos na saúde mental da sociedade. As crenças nas falsas informações, disseminadas via WhatsApp, Instagram, TikTok e X (antigo Twitter), vêm se tornando cada vez mais corriqueiras. Um exemplo, atualmente, é encontrar vídeos descritivos de laudos de doenças e, automaticamente, já sentir todos os sintomas e se autodiagnosticar para combater a tal doença.

As Fake News (FN) misturam situações reais e não reais, e criam uma identificação com o leitor, para gerar uma conclusão distorcida sobre uma pessoa ou grupos específicos. O professor Doutor em Psicologia da Arte pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Ricardo Mendes Mattos, acredita que o ser humano é constituído por incertezas, acasos e dúvidas. Algumas pessoas, por se incomodarem, inconscientemente ou não, com essas questões, preferem se ancorar em uma verdade absoluta, incondicional e inquestionável, a fim de terem uma sensação de pertencimento e conclusão de algo ou alguém.

Esse tipo de conteúdo nunca é formado de maneira inocente. As Fake News são intencionais para atingir um objetivo para fortalecer discursos, tornando-se um mecanismo com alto poder prejudicial.

Cada indivíduo não possui precisamente uma autonomia na construção de ideias. Neste caso, as ideologias entram para nortear pensamentos mobilizados por vertentes políticas ou religiosas (ou ambas), que buscam influenciar atitudes de forma mais ostensiva. “As pessoas criam essas notícias falsas por diversos e diferentes motivos, desde motivações pessoais até mobilização político partidária,” afirma o professor Caio Alcântara, dos cursos de Comunicação Social da Universidade ma.

A falta credibilidade sobre profissionais que as notícias falsas criam, e a quebra de confiança entre os responsáveis sobre determinados assuntos e a sociedade, retrocede estudos, tratamentos e a evolução do ser humano. A disseminação de Fake News, e as teorias não científicas, ocorrem, na maior parte, dentro das áreas políticas e de saúde. Lucas Landim, clínico geral e residente em anestesia do Pronto Socorro de Campos do Jordão – SP, relata que possui dificuldades para prosseguir tratamentos, pois as pessoas já chegam exigindo o que precisam, por se basearem no que viram na internet, impedindo a continuidade procedimento, visto que, muitas das vezes o paciente nega a ter que seguir por outro caminho. “O corpo humano é muito complexo, não dá para se basear apenas em um exame, ou comparar com o sistema de outra pessoa.”

Deste modo, é preciso ser cauteloso ao receber notícias, sobre quaisquer assuntos, identificar se o fato é verídico, antes de compartilhá-lo, usar das funções legais da internet para verificar de qual lugar veio tal informação, para que, dessa forma, sejam minimizadas as propagações de Fake News.



Em nossas matérias destacamos como a psicologia pode explicar o fenômeno das fake news na Saúde, além da análise de casos marcantes na História em que notícias falsas foram veiculadas como a pandemia da COVID-19.
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